O meu melhor.

Apesar de tentar maquiar com risadas e tentar falar sobre isso,ainda dói aqui dentro.E dói muito.Eu lembro de todas as quedas e de todos os sorrisos.E tenho saudades.

Naquele dia,eu tive quase certeza de alguma coisa estava completamente erradada e por esse motivo,tentei aproveitar ao máximo."Eu não quero que o amanhã chegue."Lembra ?

Eu tentava pareçer normal,mas por dentro,eu sabia que não estava.Não sei se medo era a palavra certa,porque o que eu sentia,chegada a ser muito mais forte do que o medo.Uma mistura de medo,raiva e alegria,ao extremo.

E eu tento que tomar muito cuidado com esses extremos,porque vindos de mim...

Enfim!Aquilo era a minha vida e pra mim,não havia nada mais importante.

Foi a dança que me proporcionou os meus melhores e piores dias.Quando eram bons,eram muito bons e quando era ruins,eram ruins ao extremo.E sempre foi assim...

Porque apesar de me falarem que eu ultrapassei o meu limite,eu sei que posso ser muito mais forte do que isso e sei que a dor é mera consequencia,o que dificulta um pouco a percepção do limite.

Só foi um ano ruim,espero que essa fase passe.

Pode parecer simples,mas pra mim...é como se tivessem me tirado o chão e eu simplesmente caí.Uma queda muito forte.

Foi numa dessas quedas que eu me apaixonei por você.E pela sua música,que tanto me confortou.

Eu sei que eu não tenho muito talento,mas nada o que horas e horas de treino não resolvam.

Eu amava o que eu fazia e não tinha noção do quanto,até não poder mais dançar.

Lembro do dia quando consegui aquele lugar que eu tanto queria no Pas de Quatre...do quanto fiquei feliz.Lembro do dia que eu dancei com o pé sangrando,talvez possa parecer meio masoquista,mas eu amava a dor e lembro também do dia que dançei com os dois tendões inflamados,é claro que doía,mas nada o que um palco,uma música,um momento,não curasse.

Mas como o momento é passageiro,acordei no dia seguinte com uma dor insuportável.Chorei,não tanto pela dor,porque aquilo já era algo com que eu estava acostumada,mas chorei pelos dias que seriam passados sem subir numa sapatilha de ponta.

"Eu estava fraco demais para me entregar

Forte demais para perder

Meu coração está preso novamente

Mas eu me liberto

Minha cabeça está me dando vida ou morte

Mas eu não consigo escolher

Eu juro que nunca vou me entregar

Eu me recuso

Alguém tomou sua fé?

É real, a dor que você sente

A vida, o amor

Você morre para curar

A esperança que começa

Os corações partidos

Você confia, você deve

Confessar"